Descoberta em 1954 por Kamal el-Mallakh, a embarcação permaneceu intocada em um poço próximo do planalto das pirâmides de Gizé. Sua construção foi, provavelmente, em razão do falecimento de Queóps, o segundo faraó da quarta dinastia egípcia do Império Antigo do Egito.
Uma das principais razões do mistério do navio Quéops é o fato dele ter sido encontrado enterrado sob a areia. Em uma expedição do arqueólogo Kamal el-Mallakh no complexo de Gizé, explorava-se uma fileira de blocos de calcário quando se revelou um grande cofre hermético cobrindo um buraco retangular.
Dentro dele, guardado há 4.500 anos, havia o navio papiriforme, desmontado em mais de 1.200 peças. O sítio está no lado Sul da Grande Pirâmide, entrelaçado entre os monumentos mortuários do local.
Produzido principalmente com tábuas de cedro-do-líbano e espigas de Paliurus spina-christi, o barco teve que ser reconstruído uma vez que fora desmontado ao ser colocado na cova.
Com a supervisão do restaurador do Ministério de Antiguidades, Ahmed Youssef Moustafa, o barco foi remontado a partir de relevos esculpidos em paredes e túmulos, além de observar os exemplares existentes de pequenos barcos de madeira que eram encontrados nessas tumbas. A peça final mede cerca de 43,6 metros de comprimento e 5,9 metros de largura.
Alguns historiadores acreditam que o navio foi construído para o faraó em vida, ou mesmo no fim dela, para o deslocamento do corpo mumificado para o Vale dos Reis. Essa hipótese vai de encontro com a ideia de que Quéops teria encomendado a Pirâmide de Gizé no fim da vida para seu sepultamento.
Ainda não se sabe precisamente a história e a função da embarcação. Pesquisadores acreditam que trata-se de uma barca solar, estrutura que deveria abrigar o deus sol Rá em companhia do Faraó — no caso, Queóps — no caminho até o céu.
Contudo, indícios feitos por pesquisadores na época de sua redescoberta apontam que tratava-se de uma barca funerária temporária. Possivelmente, o corpo do faraó teria sido levado pelo Rio Nilo de Mênfis até Gizé, uma espécie de marcha fúnebre pelo curso do rio.
Depois de finalizada, em 1982 a relíquia passou a ser exposta majestosamente no Museu do Barco Solar, construído especialmente para abrigar o majestoso exemplar da Antiguidade perto das grandes pirâmides.
Atualmente o barco se encontra exposto no Grande Museu Egípcio do Cairo.
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